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Arquitetos: Edouard Brunet, François Martens
- Área: 225 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Dennis De Smet
Descrição enviada pela equipe de projeto. Levando em conta o tecido urbano da cidade, o projeto é a reforma de uma típica casa de Bruxelas. Originalmente habitada por uma família, a casa parecia muito grande e difícil de cuidar depois que a crianças cresceram e mudaram-se. O dono da casa, então, decidiu vender os dois últimos pavimentos a um amigo, para que ele os convertesse em seu próprio apartamento. O projeto arquitetônico consiste na renovação da casa unifamiliar existente e sua transformação em um edifício de dois pavimentos separados. Os arquitetos Edouard François Brunet e François Martens uniram-se a fim de completar este projeto relativamente pequeno mas ambicioso.
Além de cinco plantas, com aproximadamente 45m2 cada uma, a casa possui uma fachada posterior, em direção ao leste, enquanto que a fachada frontal está direcionada ao oeste. Os arquitetos propuseram a instalação da sala no pavimento mais alto da casa, com o objetivo de diminuir os incômodos entre os vizinhos (os dormitórios são colocados um em cima do outro) também para beneficiar-se da luz e da vista aberta que este pavimento oferece. Devido a superfície total limitada de cada planta e a planta superior que está no ático, se decidiu derrubar a parte posterior da cobertura. Isto permitiu a construção de um terraço e um novo espaço em balanço onde a escada conduz ao pavimento superior. A nova escada se encontra no centro do edifício.
Este ajuste permitiu reformular a sala de estar: acesso direto ao terraço, mais luz natural que chega ao longo no pavimento, cozinha nova com uma vista aberta aos jardins e pátios posteriores, ao céu e o horizonte de Bruxelas. Além de proporcionar uma área privada ao ar livre, o novo terraço construído no volume existente da casa cria uma nova fachada que se volta ao sul, deixando que a luz natural entre na cozinha durante grande parte do dia.
Este novo espaço em balanço é visivelmente contemporâneo, para distingui-lo da edificação existente: a cidade converte-se na expressão de diversos períodos, como um palimpsesto. Esta intervenção foi possível graças ao fato de que a fachada posterior existente não era patrimônio cultural e estava em um relativo mal estado. Os regulamentos de construção levaram em conta o desenho do projeto: foram evitadas vistas diretas sobre as casas vizinhas e respeitadas as distâncias e os alinhamentos).
A fim de enfatizar a sensação de espaço, as paredes do pavimento superior foram derrubadas; o novo mezanino foi suspenso para permitir que o volume do ático seja visto. Cada parte de espaço se maximiza, como em projetos japoneses ou holandeses que o novo proprietário apresenta como referências aos arquitetos. Todas as funções necessárias para o novo pavimento se organizam em uma só peça de mobiliário criado através dos pavimentos e das habitações.
A cozinha, a escada e os banheiros se juntam para compor esta peça de mobiliário, que circula entre os pavimentos e os dormitórios, que permite a fluidez e alivia, assim, a pequena superfície. Madeira de bétula, de cor pálida, foi escolhida para fazer esta peça de mobiliário e criar um ambiente cálido em todo o apartamento. Em comparação, a parte inferior recebeu uma intervenção menor que foi feita em madeira e ferro. Para tornar os pavimentos independentes, uma nova escala suspensa foi desenhada junto com o artesão que a fabricou. O banheiro também foi totalmente redesenhado. A combinação de bambu e ferro confere a esta parte da casa um ambiente único.
Este projeto é a primeira colaboração entre os dois arquitetos. É o melhor exemplo da grande atenção aos detalhes, assim como constante busca de soluções inteligentes, independentemente de qualquer empecilho ainda dentro do orçamento limitado. O objetivo final era criar espaços que oferecessem luz, vistas e materiais nobres.